sexta-feira, 6 de maio de 2011

Tenho sede

A cada amanhecer, a cada primeiro pensamento, a cada primeiro olhar vem o agradecimento da perfeição do dia que vivi; agradecimento preenchido de um sentimento que guarda no fundo da alma um alívio em saber que fechei meus olhos, repousei e tornei a abri-los sem nada de ruim ter ocorrido enquanto um anjo fazia guarda e velava meu sono.
Hoje, pensei em todas as maravilhas deste mundo do qual não pertenço, mas aqui estou. Chorei porque mais do que nunca senti sede, senti vontade de ter aquele espaço vazio preenchido por Deus. Imaginei uma vida consagrada e me perguntava por que não tenho esse chamado?
Às vezes, questionando essa posição de Deus em não atender meu pedido de consagração, me ensinam que faço a pergunta errada. Deveria perguntar Pra quê? Fico pensando, que vida melhor pode existir a não ser aquela onde a pessoa se levanta e vai direto pra Capela ou então à missa? Que vida melhor do que aquela onde existe há a honra de expor Jesus no Santíssimo Sacramento? Que vida melhor pode haver, além daquela onde podemos com toda a força do Ágape, preparar uma declaração de amor, tentando ao máximo expressar aquilo que exulta a nossa alma, enchendo de emoção e alegria o nosso eu interior? E as vestes? O templo, sacrário vivo todo coberto, representando uma santidade, manifestando um estado de espiritualidade onde nosso primeiro pensamento em vê-las (os) é de Alma Esponsal!
Como almejo essa vida pra mim. Mas Deus tem um plano, e durante a Quaresma, tentando alcançar a santidade, vi que o chamado de Deus também existe para aqueles que não são convidados a viver religiosamente dentro de uma congregação. Assim como um consagrado religioso, eu sou chamada a servir de diversas formas e em diversos lugares, indo ao encontro dos sedentos, sendo exemplo de jovem “santa de calça jeans e tênis” que come sanduíche e bebe refrigerante, que sai com os amigos e toma sorvete; na faculdade, brinco com os amigos e junto com os Luquinhas, evangelizamos, levando a Palavra de Deus e mostrando aos universitários que é possível ser um estudante que ler e anuncia a Palavra.
O projeto de Deus em nossas vidas, o misterioso amor salutar e benevolente que muitas vezes não compreendemos; será este o chamado de Deus em minha vida? Como saber o que Deus deseja de mim? Como fazer a vontade do Pai sem decepcioná-Lo? A resposta encontra-se na oração, no momento que separamos para um encontro pessoal com Aquele que por amor remove montanhas e enfrenta batalhas; um encontro pessoal com aquele que deixa as noventa e noves ovelhas e vai buscar uma que se perdeu.
Analisemos e refletimos o tamanho desse amor. Vejamos o quanto somos preciosos ao Pai, e como Ele tem todo um cuidar por nós. Deus nos ama tanto que sempre que caímos, Ele coloca diante de nós pessoas que são capazes de “ir ao inferno para nos resgatar” (Irmã Rafaela).
Não sou consagrada, mas eu afirmo com plena certeza guardada em meu coração e do qual somente Deus vem conhecer: minha vida é Dele e como diz um amigo meu, “quero dar filhos a Ele” e não ao mundo.
Consagração é resolução que não tem medo de sacrifício”. (Anônimo)
Assim, também afirmo que por livre e espontânea vontade, eu sou consagrada ao nosso Senhor, e sacrifícios farei se possível for, sem medo e tentando me manter em pé.

Aline Xavier Brás




E você tem sede do que?



Um comentário:

  1. Como autora do texto, só posso agradecer ao Beto e à galera do PHN que publicaram.
    Bem, a música do Ministério Shalon vai de encontro com o que quis transmitir. Temos um vazio dentro de nós, vazio este que nos deixa sedentos e nossa única forma de saciar essa sede é se "lançar no mar" e beber da água que gera e transforma vidas.
    Sacie sua sede, vá ao encontro do Pai, pois Ele está de braços aberto à sua espera.

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